O que realmente importa?

“As coisas que mais importam jamais devem estar à mercê de coisas que importam menos.” - Goethe

Quando você pensa em suas finanças, o que realmente importa? O futuro que você deseja construir ou as necessidades mais urgentes do momento atual? A realização dos sonhos da família ou os pequenos prazeres do dia a dia? A segurança na aposentadoria ou desfrutar o tempo presente?

Não é preciso desenvolver uma postura de total privação no hoje em prol da construção de um inalcançável futuro perfeito. Porém, é necessário refletir e dialogar acerca do que realmente importa sobre o uso do dinheiro no contexto familiar. E o que importa mesmo tem alta previsibilidade, sabia?

Quem nos traz este conceito é o economista italiano Vilfredo Pareto, com seu famoso conceito matemático conhecido como “princípio 80/20”. Essa proporção significa que uma pequena quantidade de causas são responsáveis por grande parcela dos resultados que conquistamos. Em nosso raciocínio da educação financeira, isso quer dizer que pequenas ações podem ser fundamentais para grandes conquistas.

A pequena ação de encarar as economias como uma conta a ser paga, pode gerar o resultado da conquista de um sonho; a pequena ação de reduzir o consumo de tele-entregas, pode resultar em uma viagem de férias; a pequena ação de fazer compras no super sempre levando a lista de itens necessários, resultará em maior consciência de consumo. 20% dos esforços empenhados para a efetivação de 80% dos resultados desejados. Sem perder de vista o quanto é importante aproveitar a caminhada, enquanto ainda não chegamos ao destino pretendido!

Planejar não é preciso

O mundo anda imprevisível! Tantas mudanças, transformações, instabilidades, inovações… Vivemos tempos confusos e nebulosos. Inflação crescente, desemprego em alta, turbulências políticas, guerras, conflitos armados.

Será que ainda assim é possível planejar algo? A resposta é um retumbante “sim!”.

Planejar é possível, porém não é preciso, no sentido de que não haverá precisão em nossos planejamentos. Nem sempre iremos acertar todas as nossas previsões e estimativas - e está tudo bem! Planejar é estimar, é antecipar, é buscar estratégias para o alcance do que pretendemos. Planejar não é, e nem nunca será, garantia de acerto.

“Planejar é trazer o futuro para o presente de modo que você possa fazer alguma coisa a respeito dele agora.” - Alan Lakein

Apesar das incertezas que nos cercam, temos autonomia sobre a maneira que nos preparamos para o futuro desejado. A história da cigarra e da formiga nos provoca a este pensar (aliás, será que, com tantas mudanças climáticas, os animaizinhos ainda seguem fiéis às rotinas de se prepararem para os desafios de cada estação do ano?).

Exercitar nossa capacidade de imaginar, com prudência, mas sem perder a esperançosa visão de abundância. Desenhar planos para o futuro, sem a pretensão de acertar todas as previsões. Protagonizar a construção daquilo que está por vir em nossas vidas, visando a prosperidade. Planejar não é preciso! Mas é muito necessário.