Entrega em domicílio

O universo escolar é muito rico. Considera todos os contextos, busca a integralidade da educação, a inclusão e tanto mais. Nossa reflexão é sobre o poder de alcance além dos portões da escola. Será que o professor, na sua árdua missão, consegue impactar o ambiente doméstico dos alunos, a ponto de influenciar o modus operandi das famílias?

Essa intenção fez com que o MEC colocasse a Educação Financeira como tema transversal obrigatório no currículo escolar. Fazer o assunto adentrar os lares da comunidade estudantil não é tarefa fácil - exige que façamos a conexão do tema às rotinas já estabelecidas nos componentes curriculares.

Porém, a solução para esta adequação de conteúdos, pode ser mais simples do que parece. Basta permitirmos que o contexto fale mais alto. Objetos presentes em sala, estruturas do pátio da escola, pertences de dentro da mochila… tudo pode virar educação financeira, quando colocamos este olhar sobre aquilo que nos cerca.

Do desperdício ao consumismo, inúmeros assuntos podem ser discutidos e incrementados com atividades lúdicas vivenciais, presenciais ou virtuais. Aquilo que foi posto no lixo pelos alunos após o lanche, vira uma conversa sobre desperdício. Um encarte do supermercado, dá um bom papo sobre o consumo familiar e por aí surgem muitas outras ideias. A ordem natural é que discussões assim não fiquem somente no âmbito da sala de aula. Bem sabemos que as crianças carregam consigo novos comportamentos e ensinamentos. Depois de trabalhados em aula, o próprio aluno faz referência em casa, contagiando positivamente as reflexões sobre o tema. É assim que, a cada pequena ação, entregamos “em domicílio” os benefícios da educação financeira.