Artigo - 22/05/2025

Qual é o melhor investimento para os filhos?

Francisco é o pai do Mateus, um menino de 13 anos que adora jogar vídeo game on line. Os pais de Mateus são divorciados, trabalham bastante e procuram dar uma vida confortável para o filho. Assim como a maioria dos casais divorciados, a guarda do filho é compartilhada, então Mateus passa 3 dias por semana na casa da mãe e 4 dias na casa do pai.

Francisco percebe que Mateus passa várias horas por dia jogando ou navegando na internet e quando tenta conversar não tem muito assunto, mas como o filho está dentro de casa, o pai acredita que esteja tudo bem e aproveita para descansar ou mesmo trabalhar.

Está tudo bem? Talvez não esteja nada bem. Por quê? Vamos imaginar um oceano. Isso mesmo: imagine um mar aberto e um menino sozinho, apenas com uma boia salva-vidas. Agora imagine que, nesse oceano existam outros meninos e meninas com boias, além de vários barcos com adultos dentro, querendo resgatá-los. Porém, nem todos esses adultos têm boas intenções. A internet se parece com esse oceano: um universo gigantesco sem fronteiras e sem fiscalização. Os barcos representam as inúmeras “possibilidades” e aí surge a dúvida: de quais barcos aceitar ajuda? Como Mateus, assim como milhões de crianças e adolescentes ao redor do mundo, pode descobrir o que é bom para ele?

É nesse momento que Francisco entra em cena, o pai precisa investir tempo para compreender o que se passa com Mateus, quais são os riscos que o filho corre. Mas como fazer isso? Algumas dicas práticas podem ajudar. A 1ª dica é sobre o tempo em que os pais devem permitir o uso de telas. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) as orientações são:

  • Até os 2 anos de idade, não oferecer telas para crianças.
  • De 2 a 5 anos: até 1 hora por dia.
  • De 6 a 10 anos: até 2 horas por dia.
  • De 11 a 18 anos: até 3 horas por dia.

O que pode acontecer se os filhos ficarem mais tempo que o recomendado?

  • Maior probabilidade de apresentar atrasos na fala e vocabulário limitado.
  • Impulsividade e dificuldades na regulação emocional.
  • Diminuição da atividade física, aumentando o risco de obesidade infantil.
  • Miopia e postura corporal inadequada gerando dores musculares.
  • Dificuldade nos relacionamentos sociais.
  • Isolamento, ansiedade e depressão.

E os problemas são ainda maiores, pois afetam diretamente a saúde mental: “Uma pesquisa realizada pelo Instituto Cactus, em parceria com a AtlasIntel, revelou que o uso excessivo de redes sociais está associado a 45% dos casos de ansiedade em jovens brasileiros de 15 a 29 anos. Além disso, 40% dos entrevistados relataram que sua autoestima é profundamente afetada pelo número de curtidas e comentários que recebem em suas postagens. O estudo também destacou que jovens que passam mais de três horas por dia em plataformas digitais têm um risco 30% maior de apresentar quadros de depressão”. E mais: “Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina realizaram uma análise qualitativa sobre os impactos das redes sociais, identificando mudanças repentinas no comportamento dos jovens, como ansiedade, hostilidade e distorções na percepção da autoimagem”.

Na prática, o que os pais podem fazer?

  • Seja claro: defina horários específicos para o uso de telas, garantindo que não interfiram em atividades essenciais como sono, refeições e interações sociais.
  • Seja cuidadoso: supervisione e acompanhe o que as crianças acessam.
  • Seja exemplo: demonstre comportamentos equilibrados no uso de tecnologias, servindo de exemplo para os filhos.

Mas…a dica mais valiosa é sobre investimento! Investir tempo é o maior e melhor investimento que pais podem fazer – mas Investir Tempo de Qualidade. Escutar os anseios dos filhos, ter paciência para superar a rejeição que muitas crianças demonstram e, principalmente, investir tempo “entrando no oceano” para compreender quais são suas buscas emocionais e psicológicas. E Francisco parece ter ficado com toda a responsabilidade, pois a mãe de Mateus nem apareceu nessa história. Mas não é assim que acontece na vida real? Sejam casados ou divorciados, Franciscos e Marias – pais e mães – em muitos momentos se sentem sozinhos e perdidos. A saída é buscar apoio e conhecimento. Investir tempo e afeto positivo é mostrar aos filhos que eles têm com quem contar - dentro de casa e não no mar aberto.

Márcia Tolotti
Autor

Márcia Tolotti

Psicanalista, psicóloga, escritora, especialista em psicofinanças e sócia da SOS MINDSET. Mestre em Cultura, MBA em Marketing e Especialista em Inovação e Cooperativismo.

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