Artigo - 17/02/2022

“Dinheirinho” de Mulher

A relação com o dinheiro tem a ver com a estrutura de personalidade de cada sujeito, e não com o gênero.

Certa vez, uma profissional liberal bem sucedida, solteira e bonita presenteou a si mesma com um belo carro importado, certamente, o sonho de consumo de muitos apaixonados por veículos. Enquanto ouvia elogios diretamente, “pelas costas”, nos bastidores, os comentários eram bem diferentes: insinuavam que ela havia ganhado de “alguém”.

Em outra ocasião, uma profissional dedicada participou de um processo seletivo, disputando vagas com alguns homens. Apesar da inquestionável qualificação, empenho e resultados profissionais já demonstrados, não faltaram insinuações de que ela teria um “caso com o chefe”. Quem não ouviu histórias assim? Por que há tanto espaço para isso?

Apesar dos números provarem que a competência e o empenho são as grandes armas das mulheres, o preconceito travestido de piada, insinuação ou brincadeira comprova como o dinheiro gerado pelas mulheres é visto com menor importância e descrença. Obviamente, muitos homens e mulheres reconhecem genuinamente a importância e a legitimidade das finanças no universo feminino. Porém, há uma legião que defende estigmas tais como, mulheres: “gastam mais que homens”, “não sabem lidar com dinheiro”, “são incapazes de resistir a uma liquidação”, “são apaixonadas por sapatos”, “adoram shopping” e muitos outros. Estigmas são marcas simbólicas, transmitidas através da tradição oral, pela cultura popular e são incorporados como verdades. De fato, algumas mulheres têm compulsão por sapatos, são viciadas em shopping e não sabem lidar muito bem com dinheiro, mas inúmeros homens passam pela mesma situação, porque o dinheiro não respeita gênero.

A relação com o dinheiro tem a ver com a estrutura de personalidade de cada sujeito, com as marcas que se carrega inconscientemente desde a infância, com a quantidade de informações que se dispõe e com todas as interferências emocionais e racionais. Portanto, é interessante que alguns conceitos sejam revistos, até porque os números falam por si. No Brasil existe milhares de investidoras, inclusive, no mercado de capitais, além de cargos importantes do mercado financeiro serem ocupados por mulheres. Você sabia que ao redor do mundo cerca de 93 trilhões de dólares estão sob o comando das mulheres?

Se o preconceito prejudica de alguma forma as mulheres, os homens também saem perdendo. Muitas vezes quando elas sentem que sua contribuição financeira está sendo tratada como “dinheirinho”, algumas têm optado em não participar das despesas ou mesmo escondem o dinheiro dos homens. Ao mesmo tempo, nem todo preconceito parte dos homens, algumas mulheres condenam, desqualificam e desvalorizam as conquistas umas das outras.

Por outro lado, seguimos evoluindo e movimentos onde mulheres se apoiam e se incentivam têm ganhado cada vez mais força, a sororidade está aí para romper com preconceitos e fomentar o valor gerado pelas mulheres, inclusive financeiro. #abaixoodinheirinhodemulher

Márcia Tolotti
Autor

Márcia Tolotti

Psicanalista, psicóloga, escritora, especialista em psicofinanças e sócia da SOS MINDSET. Mestre em Cultura, MBA em Marketing e Especialista em Inovação e Cooperativismo.

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