Artigo - 28/08/2025

VOCÊ TEM MEDO DE PERDER AS NOVIDADES?

         - Nina, você conseguiu provar o “morango do amor”?

         - Não João, ouvi falar alguma coisa, mas não provei.

         - Nossa Nina, você perdeu uma oportunidade de ouro...agora você encontra em poucos lugares o “morango do amor”.
Custa um pouco caro, mas é sensacional.

         - João, você já reparou que está sempre falando de alguma novidade? Será que você não é muito impulsivo?

         - Impulsivo eu? Sou atualizado isso sim.

O fenômeno “morango do amor” surgiu na metade no ano de 2025, gerou alguns milhares de reais e aumentou a venda em 2.300% em poucos dias. Vídeos, memes, padarias, confeitarias e venda de “porta em porta”, construíram a “febre” do doce que se espalhou muito, muito rapidamente.

Mas, por que estamos falando sobre isso, se foi algo bom, rendeu dinheiro e satisfação para milhões de pessoas? Porque é importante percebermos que nem tudo o que compramos é uma escolha nossa. Isso mesmo, somos conduzidos por alguns gatilhos mentais inconscientes. Grande parte das vezes estamos apenas reproduzindo um comportamento e nem pensamos se é nosso desejo ou se é apenas uma vontade de “participar”, de estarmos na “moda”. Agimos por imitação através dos “neurônios-espelho”.

O papo entre João e Nina mostra claramente quais são os gatilhos psicológicos que nos levam a experimentar alguma coisa. E nada contra o morango, pois quando algo é direcionado ao amor, temos mais é que propagar. Mas não podemos deixar de refletir e perceber como somos levados a tomar decisões impulsivas.

Vamos “abrir” o morando e descobrir por que viralizou e vendeu tanto?

1. VIVEMOS DE APARÊNCIA

  • No caso do morango: o brilho vermelho, a embalagem chamativa e o contexto aumentam a percepção de valor, mesmo que o produto seja simples.
  • Na relação com dinheiro: Financeiramente compramos por status, quer dizer, o cérebro é seduzido pelo contexto e aparência, não pelo custo-benefício real. Pagamos mais caro por algum produto que custa muito menos.
  • Moral da História: Sempre se pergunte: “Estou pagando pelo produto ou pela sensação que ele me traz?”

2. NÃO É A “COISA EM SI” MAS O QUE ELA REPRESENTA

  • No caso do morango: O que encanta é mais o “momento especial” do que o doce em si.
  • Na relação com o dinheiro: Muitas vezes compramos experiências ou objetos para “marcar o momento” ou nos recompensar.
  • Moral da História: Buscar alternativas mais econômicas que proporcionem a mesma sensação é inteligência financeira.

3. QUEREMOS PRAZER IMEDIATO

  • No caso do morango: É doce, crocante, divertido e fácil de ser adquirido.
  • Na relação com o dinheiro: Gastos por impulso geralmente dão satisfação rápida, mas não trazem valor duradouro.
  • Moral da história: Pergunte-se: “Esse gasto vai me trazer valor daqui a 1 mês?”

4. AS COMPRAS SÃO EMOCIONAIS

  • No caso do morango: Ninguém sai de casa pensando “preciso comprar um morango caramelizado”. Mas o cheiro, a imagem e o clima do momento despertam a vontade.
  • Na relação com o dinheiro: Muitas compras (online, loja, shopping) seguem esse padrão: são vontades momentâneas, não planejadas.
  • Moral da história: Reconhecer compras “gatilho” e dar um tempo antes de comprar é estratégia de proteção com o seu bolso.

Aparecerão outros morangos…outros amores! Não se trata de criticar o morango do amor, outras “febres/modas” ou viralizações. Se trata de perceber qual é o motivo que nos faz correr feito “manada” para gastar nosso dinheiro. Existem estratégias de proteção contra o “efeito manada”, contra a perda constante do controle, basta lembrar que:

  • Gostamos de novidades: mas nem sempre precisamos nos deixar levar.
  • Somos influenciados por influenciadores: nem sempre precisamos imitar.
  • Temos receio de perder oportunidades: nem sempre “aproveitar a onda” é bom para nós.

E o João? Se ele está sempre com a sensação de que não pode perder as oportunidades da moda, então não é “ser atualizado”. Ele pode estar sofrendo de FOMO (fear of missing out) que traduzindo significa: medo de perder a tendência. Será que João precisa aproveitar todas as tendências para ser feliz? E você se parece com João ou Nina?

Márcia Tolotti
Autor

Márcia Tolotti

Psicanalista, psicóloga, escritora, especialista em psicofinanças e sócia da SOS MINDSET. Mestre em Cultura, MBA em Marketing e Especialista em Inovação e Cooperativismo.

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