Como reconstruir a vida financeira em 3 passos: quando a renda não cobre o básico

- “João, 10 anos atrás eu conseguia pagar todas as minhas contas.”


 - “Então Maria, hoje em dia eu confesso que tenho usado o cheque especial para passar o mês.”


 - “É… somos o que chamam de dependentes do crédito. Será que poderíamos ter feito algo para mudar esse cenário?”, disse Maria.


 - “Talvez, Maria. Talvez. Ouvi de um especialista que não sou organizado, mas ele não sabe quanto eu ganho. Nem imagina como é não ter dinheiro suficiente para fechar o mês. Ele até falou que é falta de planejamento.”

Essa é a realidade de muitas famílias brasileiras. Com uma renda familiar em torno de até R$ 4 mil, tendo que pagar aluguel de R$ 1.800, escola de R$ 1.500, contas básicas, supermercado… o resultado é previsível: falta de dinheiro antes do fim do mês, uso do cheque especial e uma dívida que só cresce.

Planejamento financeiro aqui não é apenas sobre guardar dinheiro. É sobre recuperar o controle emocional, reorganizar o que é possível e criar espaço para respirar. A história de João e Maria é muito comum, no Brasil nos últimos 10 anos o endividamento cresceu, seja por compras por impulso, por renda insuficiente ou por falta de planejamento.

Na verdade, todos esses fatores associados é que levam ao endividamento. Em uma enquete realizada cerca de 70% das pessoas não sabem como usar, por exemplo o 13º. Não possuem estratégia, então a probabilidade é que o dinheiro acabe se “perdendo”. E para quem já tem dívidas em atraso o problema fica ainda maior, em média as pessoas vão levar ao menos 7 meses para colocarem suas contas em dia.

Mas, calma, nada está perdido. Abaixo, sugerimos algumas dicas práticas para organizar as finanças:

Passo 1: Tenha clareza financeira se já está no negativo

Antes de qualquer plano, é preciso enxergar a realidade sem culpa.

Liste os gastos fixos e obrigatórios (supermercado, transporte, saúde, moradia…).

Se faltar dinheiro para todas as despesas, talvez não seja falha pessoal. É matemática, a conta não fecha e é necessário agir.

Por que listar? Porque a clareza ajuda a reduzir a ansiedade e evita decisões impulsivas e possibilita que você construa estratégias para reverter a situação.

Passo 2: Tenha um plano realista para aumentar a renda

Para João e Maria aumentar a renda em até R$ 1.000,00 é necessário, não opcional. Algumas sugestões:

A. Tenha uma renda extra semanal

• Faça entregas 3 noites por semana: a renda pode aumentar de R$ 400 a R$ 600 por mês;
• Busque trabalhos autônomos curtos: limpeza, passar roupa, aula de reforço: a média é de um aumento entre R$ 200 a R$ 400 por mês;
• Faça e venda: doces, salgados, artesanato ou mesmo pequenos reparos de manutenção: sua renda pode aumentar de R$ 300 a R$ 600 por mês.

B. Revise sua renda principal

• Converse no trabalho sobre horas extras;
• Busque vagas paralelas de final de semana;
• Se qualifique ainda mais. Existem cursos rápidos e gratuitos (SENAC, SENAI…).

O objetivo é criar R$ 1.000 extras por mês durante pelo menos 6 meses, até sair do cheque especial.

Passo 3: Não tenha culpa, siga uma rotina

A vida financeira não muda com grandes cortes, mas com constância:

10 minutos por semana de revisão das contas e conversas honestas sobre emoções envolvidas no consumo.

Mesmo com renda apertada, dívidas e desânimo, João e Maria conseguem reconstruir o caminho. Não é fácil — mas é possível, quando a estratégia respeita a realidade e o emocional da família.