Capitalismo consciente é possível? Entenda o quanto as lideranças empresariais têm um papel decisivo nesta nova forma de negociar
Se a cadeia ganha, todos ganham, inclusive, o proprietário da empresa
O capitalismo transformou a sociedade. Em 200 anos houve redução drástica da pobreza extrema e a expectativa de vida do homem dobrou ao passar dos 70 anos. Mas, como todo sistema econômico, gerou desequilíbrios e precisa ser ajustado para que volte a impactar positivamente o mundo.
Respeito e geração de valores compartilhados fazem sentido dentro do conceito de capitalismo? Talvez no formato que conhecemos não, mas dentro de uma nova economia sim! O Capitalismo Consciente surge para servir a todos e não apenas proprietários, sócios e acionistas. Esse formato pretende ressignificar a forma de se gerenciar os negócios. As questões sociais e ambientais não devem mais ser restritas a ONGs e ao Poder Público porque as empresas podem ajudar a mudar uma realidade. O professor indiano, Raj Sisodia, fundador do Capitalismo Consciente, definiu quatro comportamentos como sendo os pilares deste movimento. Vamos descobrir quais são?
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A ideia de que o lucro é o único objetivo de uma organização segue forte no ambiente de negócios, mas algumas iniciativas estão transformando aos poucos esta visão. E, se você pensa que as empresas deixarão de lucrar ao adotar um modelo mais equilibrado e justo com todas as partes, engana-se! A lógica é entender que se todas as partes que se relacionam com a empresa estão tendo seu valor preservado, haverá resultado para todos e, no médio e longo prazo o lucro se ampliará para todo mundo, inclusive para o dono da empresa, como parte de um ecossistema que funciona em harmonia. Quando a cadeia toda ganha, todos ganham, inclusive, o dono.
Mas, lucro é ruim? Claro que não. Lucro para as empresas é como oxigênio para as pessoas. Não temos como viver sem oxigênio, mas não vivemos para produzir oxigênio. O Capitalismo Consciente convida a reavaliar o lucro como única finalidade da empresa e como única métrica de medição de sucesso dela. Será que não existem outros resultados, além do lucro, que podem, no médio e longo prazo ampliar ainda mais a lucratividade da empresa?
Os 4 pilares do Capitalismo Consciente
Raj Sisodia, em seu doutorado elaborado nos Estados Unidos, pesquisou grandes empresas e constatou que o orçamento anual de marketing era igual ao PIB da Índia, um país com mais de um bilhão de pessoas. Ao mesmo tempo, ele descobriu empresas que investiam menos e tinham mais lucro. Sisodia, então, mudou o objetivo e começou a pesquisar as empresas que investiam menos.
Ele descobriu nessas empresas, 4 comportamentos que se repetiam sempre, o que ele chamou de pilares. São eles:
- Propósito Maior;
- Liderança Consciente;
- Cultura Consciente;
- Orientação para Stakeholder.
Para que serve o Capitalismo Consciente?
- Construção de um mundo mais justo;
- Bem-estar da sociedade além do lucro;
- Cuidado do planeta em que vivemos.
Atualmente, o Capitalismo Consciente é um movimento global que reúne pessoas e empresas com um sentimento em comum: estão inconformados com o atual modelo de negócios que concentra o lucro no proprietário gerando impactos negativos para as áreas social e ambiental, e muitas vezes desrespeitando a vida humana.
Para mudar, é necessário que líderes sejam transformadores
Nada muda se a cultura de uma organização não iniciar os movimentos e, para isso, os líderes têm função essencial nessa trajetória. Em um artigo assinado pela colíder da Filial Regional do Capitalismo Consciente no Rio Grande do Sul, Eliane Dávila, e publicado na página do Instituto Capitalismo Consciente no Brasil, liderar é como uma arte. Mais do que conhecimentos técnicos, é preciso humanizar a empresa.
“A liderança consciente exerce um papel mais centrado na humanização, deixando um pouco de lado os processos de negócios e direcionando os esforços para o ser humano. Muito mais do que um papel de destaque e um lugar de prestígio dentro das empresas, o líder exerce um papel de mediador, influenciador e principalmente um papel humano, que demanda alteridade e características que vão além da boa gestão.”
Eliane Dávila
De acordo com Sisodia, para ser um bom líder ‘é preciso primeiramente se tornar um bom servidor’. O Capitalismo Consciente irá reformular a forma como enxergamos o resultado de uma empresa, indo além do lucro, e mudar a maneira como o capitalismo agrega valor para sociedade.
A mudança de uma empresa tradicional para uma empresa consciente, passa por mudança de mentalidade, entre elas: sair da busca do resultado no curto prazo para geração de valor a longo prazo; mudar a visão de escassez para a visão de abundância; e, colocar as pessoas e o planeta no centro das decisões.
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