04/02/2020

Pesquisa inédita aponta impacto do cooperativismo de crédito na economia nacional

Em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o Sistema Sicredi anunciou pesquisa inédita sobre os “Benefícios Econômicos do Cooperativismo de Crédito na Economia Brasileira”. O estudo avaliou dados econômicos de todas as cidades brasileiras, com e sem cooperativas de crédito, entre 1994 e 2017, e cruzou informações do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE). A conclusão apontou que o cooperativismo incrementa o Produto Interno Bruto (PIB) per capita dos municípios em 5,6%, cria 6,2% mais vagas de trabalho formal e aumenta o número de estabelecimentos comerciais em 15,7%, estimulando o empreendedorismo local.

A pesquisa encomendada à Fipe, pelo Sicredi, utilizou a metodologia de Diferenças-em-Diferenças, principal método científico para avaliações de impacto de políticas públicas no mundo. Os resultados estimados pelo Sicredi consideraram o bom desempenho econômico de 1,4 mil municípios que passaram a contar com uma ou mais cooperativas durante o período de pesquisa. Segundo cálculos do Sicredi, baseados no estudo, mostram um impacto agregado nestas cidades de mais de R$ 48 bilhões em um ano, além das cooperativas de crédito terem sido responsáveis pela criação de 79 mil novas empresas e pela geração de 278 mil empregos.
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A Sicredi Pioneira RS
**Para o presidente do Conselho de Administração da Sicredi Pioneira RS, Tiago Schmidt, o desempenho registrado pelas cooperativas de crédito durante o período da pesquisa – e também a partir de 2017 – é um resultado do que foi construído ao longo de suas histórias, principalmente nas comunidades em que atuam. No caso específico da Pioneira, os resultados dos últimos anos estão diretamente associados ao fato de que cada vez mais as pessoas conhecem o modelo cooperativo e percebem seu diferencial frente aos bancos tradicionais. O valor na geração de riquezas dentro das próprias comunidades, bem como outros benefícios, a exemplo do atendimento humanizado, foco na necessidade dos 155 mil associados, participação nas decisões da instituição, remuneração justa do patrimônio financeiro e taxas de crédito competitivas - em média 20% menores que as praticada no mercado – completam o reconhecimento a este modelo de gestão. “Apenas nos últimos três anos, dobramos o volume de crédito, houve 50% de crescimento nos ativos e no patrimônio líquido. Desde 2017, acumulamos R$ 218,6 milhões em resultados, sendo que deste total, quase R$ 104 milhões foram distribuídos entre os associados; R$ 17 milhões para programas sociais e educacionais, e o restante serviu para fortalecer a Sicredi Pioneira RS por meio do patrimônio líquido”, argumenta Schmidt.

Dados do Banco Central do Brasil comprovam um dos pontos positivos levantados pelo presidente do Conselho de Administração da Sicredi Pioneira RS: a taxa de juros cobrada pelas cooperativas de crédito é sensivelmente menor e mesmo oferecendo crédito a públicos menos assistidos pelo sistema financeiro tradicional, como micro e pequenas empresas, o índice de ativos problemáticos de uma cooperativa de crédito, que considera, por exemplo, a inadimplência, ainda é inferior ao índice dos demais bancos. A pesquisa ainda calculou o Multiplicador do Crédito Cooperativo, coeficiente que indica o impacto do crédito concedido pelas cooperativas no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro – cada R$ 1,00 concedido em crédito gera R$ 2,45 no PIB da economia e a cada R$ 35,8 mil concedidos pelas cooperativas, uma nova vaga de emprego é criada no país.

De acordo com Tiago Schmidt não há dados sobre o impacto de crédito concedido pela Sicredi Pioneira RS no PIB nacional, mas é possível fazer a projeção de que, segundo o estudo, a cada R$ 1,00 concedido, são gerados R$ 2,45 de PIB. “Devemos responder atualmente por um PIB estimado de R$ 3,5 bilhões em nossa área de atuação”, acrescenta. Conforme a Fipe, a inclusão financeira de famílias, pequenos produtores e empresas também fomenta o empreendedorismo local, reduz desigualdades econômicas e aumenta a competitividade e a eficiência no sistema financeiro nacional. “Acreditamos muito nas ideias de cada empreendedor e o quanto elas podem condicionar a geração de renda e emprego. Além disso, contribui o fato de fazer negócios com produtos que dominamos e pessoas que conhecemos. Estar inserido na comunidade amplia a confiança na hora de conceder o crédito. O empreendedorismo é uma engrenagem do que chamamos de Ciclo Virtuoso do Cooperativismo”, analisa Schmidt.

Modelo de negócioO cooperativismo de crédito é um modelo de negócio presente em 118 países, segundo relatório do Conselho Mundial de Cooperativas de Crédito (Woccu 2018), reunindo mais de 274 milhões de associados e ultrapassando a marca dos US$ 2,19 trilhões em ativos. No Brasil, de acordo com o Banco Central, o cooperativismo de crédito está presente em 47% dos municípios e representa 2,7% dos ativos totais do Sistema Financeiro Nacional. Já são mais de 9,9 milhões de associados a 925 cooperativas de crédito com uma carteira de R$ 123 bilhões em depósitos e R$ 137 bilhões em crédito – aproximadamente R$ 250 bilhões em ativos totais.

O fato da gestão estratégica das cooperativas ser conduzida pelos próprios associados gera maior engajamento na participação econômica dos seus membros. “Isso estimula mais pessoas a se interessarem por nossos assuntos e eventos, principalmente as assembleias. É nesse momento que temos o protagonismo dos associados como base na gestão democrática. Eles são responsáveis tanto pelo monitoramento do desempenho e riscos da Sicredi Pioneira RS, quanto na implementação de estratégias”, defende Schmidt.

No Relatório de Estabilidade Financeira de 2019, o Banco Central apontou uma diferença expressiva nos ativos problemáticos, que chegaram a 5,9% nas cooperativas de crédito do Brasil, enquanto as instituições financeiras tradicionais tiveram 7,4%. Na opinião de Manfred Dasenbrock, presidente da SicrediPar e coordenador do Conselho Especializado de Crédito da Organização das Cooperativa do Brasil (OCB), “O relacionamento mais próximo com os associados contribui para sermos mais eficientes em reconhecer a capacidade de pagamento no uso do crédito e, com isso, consigamos apoiar o desenvolvimento das pessoas e comunidades”, salientou. São índices e propósitos que reiteram a força do cooperativismo. Motivos para esperar um ano com resultados ainda mais compensadores. “Em 2020, devido à redução da taxa básica de juros, a economia deve acelerar. Por todas as ações de relacionamento e capacitação, entendemos que nossos associados estão preparados para esse crescimento. Esperamos repetir o incremento de 30% nas operações de crédito e seguir evoluindo nos demais indicadores”, finaliza o presidente do Conselho de Administração da Sicredi Pioneira RS.

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