Mercado interno: a análise econômica de março

O PIB do último trimestre de 2018 apresentou crescimento de 0,1% ante o trimestre anterior, com o acumulado em doze meses ficando em 1,1%, o mesmo resultado de 2017. O ano de 2018 contou com fatores que impediram uma retomada mais forte, mas em 2019 entendemos que a recuperação deverá acelerar. Contudo, ao assimilar os dados recentes mais fracos, revisamos a projeção do PIB em 2019 marginalmente, para 2,0% (ante 2,2%).

Em relação à inflação, os dados seguem apontando bom comportamento dos preços neste início de ano. Para frente, seguimos esperando inflação baixa ao longo de 2019, reflexo da recuperação aquém do esperado da economia, taxa de câmbio mais apreciada e inércia favorável por conta da inflação passada baixa. Dessa forma, projetamos IPCA encerrando 2018 em 3,6% e 2020 em 3,8%, ambos abaixo do centro da meta (4,25% e 4,00%, respectivamente).

O Banco Central manteve a taxa básica em 6,50% a.a. na sua primeira reunião do ano. A sua comunicação sugere que a Selic deverá permanecer nesse patamar nas próximas reuniões, o que nos fez manter nossa projeção de 6,50% a.a. no término deste ano. Entretanto, destacamos que diante do cenário atual (taxa de câmbio mais apreciada, recuperação aquém do esperado da economia e, principalmente, andamento da agenda de reformas domésticas), o risco é que o Banco Central volte a reduzir os juros ainda este ano.