Diretor Executivo da Sicredi Pioneira RS palestra na CIC e propõe um jeito diferente de fazer negócios

É possível uma instituição centenária – em dezembro completa 117 anos – como a Sicredi Pioneira RS, primeira cooperativa de crédito da América Latina e instituição financeira privada mais antiga do Brasil, implementar um novo jeito de fazer negócios? De acordo com o Diretor Executivo, Solon Stapassola Stahl, sim! Ele abordou o tema na palestra apresentada a uma plateia atenta e numerosa durante a reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), na última segunda, dia 23 de setembro.

As cooperativas de crédito figuram entre as maiores instituições financeiras mundiais, uma atividade socialmente responsável, que promove o desenvolvimento sustentável, gerando crescimento para as comunidades onde está presente. Prova disso, é a porcentagem de participação de mercado que o cooperativismo de crédito tem em países desenvolvidos. Para se ter uma ideia, nos Estados Unidos há 108,3 milhões de associados (ou cooperados), correspondendo a 33,4% da população, totalizando R$ 4,3 trilhões de ativos. Na China, 15% da população é formada por associados, ou seja, 200 milhões de pessoas e R$ 4,41 trilhões de ativos, enquanto na França o volume de sócios chega a 25,4 milhões, equivalendo a 39$ da população francesa. Em números mais modestos, mas não menos representativos, o Sistema Sicredi já reúne 4 milhões de associados, 114 cooperativas com 1.600 agências, distribuídas em 22 estados. Na Sicredi Pioneira RS, são 21 municípios, com 150 mil associados que experimentam os benefícios do cooperativismo de crédito. Uma instituição financeira cooperativa oferece os mesmos produtos e serviços que um banco tradicional, porém, não há clientes ou correntistas e, sim, sócios que podem votar e participar das decisões, contribuindo para o desenvolvimento da comunidade na qual estão inseridos.

Com sede em Nova Petrópolis, a Sicredi Pioneira RS possui 40 agências, R$ 2,9 bilhões em ativos, R$ 422 milhões de patrimônio líquido e fechou o exercício de 2018 com resultado de R$ 75 milhões. Caxias do Sul, conforme Solon Stahl, é uma das potenciais regiões de negócio da cooperativa, concentrando 40 mil dos 150 mil associados, atendidos em nove agências e representando 10% da participação no mercado. Em 2018, foi responsável por 11,5 milhões em resultados, meta facilmente a ser superada em 2019, que, até agosto, contabilizou R$ 11 milhões. A prospecção positiva condicionou ampliar os investimentos no município, que recém ganhou uma agência de 700 metros quadrados no Pio X e nas próximas semanas transferirá as unidades atuais, em Lourdes e Cruzeiro, para espaços maiores e capacitados para oferecer a melhor estrutura de produtos e serviços. As agências contam com layout moderno e inovador, característicos à identidade visual da marca. Para o próximo ano, estão previstas instalações de duas novas agências e a mudança de endereço da atual de Ana Rech.

Ciclo virtuoso

Esse crescimento é reflexo da expansão do cooperativismo no país, que se prepara para desafios futuros, a exemplo da probabilidade de aumento da participação do crédito tomado pelos associados dos atuais 24% para 40%, em 2022. “É preciso compreender e aplicar o propósito nas organizações. Na cooperativa que cresce, o sócio ganha, a economia é fortalecida, gerando mais empregos e qualidade de vida”, explica Solon Stahl, ao descrever o ciclo virtuoso de um sistema considerado referência internacional de gestão, que permite fazer negócios de um jeito diferente. O Diretor Executivo da Sicredi Pioneira RS lembrou o estudo extraído do livro “Capitalismo consciente: como libertar o espírito heroico dos negócios”, apontando que, de 1996 a 2011, as empresas que despertam paixão, comparadas a outras do índice S&P500, tiveram valorização de 1.646%, em 15 anos, ante 157% das empresas da comparação. “As empresas precisam ter uma causa definida e trabalhar por ela, não somente os membros da alta gestão, mas todos que a integram”, disse. Esta postura, consequentemente, vai resultar na satisfação, o orgulho de fazer parte. “Conforme o Net Promoter Score (NPS), metodologia que mede, mensalmente, o grau de lealdade dos sócios, atingimos 70%. Na pesquisa de clima organizacional de 2018 registramos 88%. São índices que revelam o comprometimento, a confiança, o propósito de fazer junto e construir comunidades melhores”, exemplificou Stahl