03/07/2025

Dia Internacional do Cooperativismo: legado que inspira o presente e o futuro

Entenda como os princípios fundamentais que guiam as cooperativas há 130 anos se relacionam com a atualidade

Em 1895, a Aliança Cooperativa Internacional consolidou os 7 princípios universais do cooperativismo, inspirados na prática da Sociedade dos Pioneiros de Rochdale — fundada em 1844 e reconhecida como a primeira cooperativa moderna por estabelecer com clareza essas diretrizes. Talvez os membros daquela sociedade não imaginassem que, em pleno 2025, seus ideais seguiriam vivos, guiando cooperativas ao redor do mundo. Mas é justamente essa base de princípios bem definidos que torna o cooperativismo um modelo duradouro. Afinal, embora outras cooperativas já existissem antes de Rochdale, foi a formalização dos princípios que transformou o movimento em referência global.

Para marcar o Dia Internacional do Cooperativismo, que neste ano acontece no dia 5 de julho, nossa proposta é mostrar que esses princípios seguem mais atuais que nunca e totalmente alinhados com os movimentos de evolução realizados no universo corporativo. A atuação das cooperativas no desenvolvimento social e econômico das comunidades inspira – ainda que indiretamente – organizações de diversos segmentos.

A Sicredi Pioneira, assim como mais de 3 milhões de cooperativas ao redor do mundo, é guiada pelos 7 princípios fundamentais do cooperativismo. Vamos conhecer quais são eles e como eles se relacionam à forma com a qual as organizações operam atualmente?

1. Adesão livre e voluntária

O princípio determina que as cooperativas são organizações voluntárias, abertas a todas as pessoas aptas a utilizar os seus serviços e assumir as responsabilidades como membros, sem discriminação de gênero, social, racial, política e religiosa.

Essencialmente, ele ensina sobre o compromisso com relações humanas justas e plurais, garantindo que todos sejam aceitos, não permitindo nenhuma forma de discriminação, prática que tem recebido investimento e atenção das organizações, que passaram a criar políticas de respeito à diversidade. A pesquisa Diversidade, Equidade e Inclusão nas Organizações, desenvolvida entre 2024 e 2025 pela consultoria Deloitte, aponta que 93% das organizações tinham área dedicada ou práticas estabelecidas em DE&I (Diversidade, Equidade e Inclusão).

2. Gestão democrática

Indica que as cooperativas são organizações democráticas, controladas pelos seus membros, que participam ativamente na formulação das suas políticas e na tomada de decisões.

O caráter desse princípio reflete nas empresas que têm adotado modelos de gestão mais participativa e horizontal, valorizando o posicionamento de colaboradores, parceiros e fornecedores, ouvindo feedbacks e considerando-os para o desenvolvimento de suas estratégias. Essas empresas têm abandonado estruturas de coordenação rígidas e hierarquizadas e apostando no protagonismo do colaborador e dos demais stakeholders que contribuem com o seu dia a dia.

3. Participação econômica

A diretriz estabelece que os membros contribuem equitativamente para o capital das suas cooperativas e controlam-no democraticamente. Além disso, priorizam as movimentações com a cooperativa e parte desse capital é, normalmente, propriedade comum. Os membros recebem, habitualmente, uma remuneração sobre o capital integralizado como condição de sua adesão e, também, parte da distribuição dos resultados obtidos pela cooperativa ao longo do ano.

Nesse caso, a ideia de que quem contribuiu para o sucesso da organização pode ser gratificado por seu esforço inspira a manutenção de programas de participação nos lucros em diversas organizações, que oferecem bonificações atreladas ao desempenho da empresa.

4. Autonomia e independência

Indica que as cooperativas são organizações autônomas, de ajuda mútua, controladas pelos seus membros. Se firmarem acordos com outras organizações ou recorrerem a capital externo, devem fazê-lo em condições que assegurem o controle democrático pelos seus membros e mantenham a autonomia da cooperativa.

Esse princípio pode ser relacionado ao incentivo à prática do intraempreendedorismo, em que colaboradores assumem autonomia para criar projetos, sugerir mudanças e até desenvolver novos produtos dentro de um negócio já existente.

Já as organizações do terceiro setor se associam ao princípio ao buscarem diversificar suas fontes de financiamento, a fim de que se mantenham sustentáveis e autônomas, sem depender de um único provedor.

5. Educação, formação e informação

O princípio define que as cooperativas promovam a educação e a formação dos seus membros, dos representantes eleitos e dos trabalhadores, de forma que esses possam contribuir para o desenvolvimento das suas cooperativas. Também informam o público em geral, sobre a natureza e as vantagens da cooperação.

Nesse caso, a associação acontece pelo fato de que os programas de formação interna são práticas muito comuns nas empresas, buscando desenvolver não apenas conhecimentos técnicos em seus públicos, mas comportamentais.

Várias organizações também incentivam seus colaboradores a buscarem formação externa, seja por meio de incentivos à educação formal, bolsas, cursos de curta duração ou ajuda de custo para participação em eventos. Além disso, as companhias buscam promover campanhas educativas, voltadas tanto para o público interno quanto externo, sobre temas sociais, ambientais e econômicos.

6. Intercooperação

Trata sobre a cooperação entre as cooperativas para o fortalecimento do movimento como um todo e dos princípios cooperativistas.

O princípio pode ser relacionado à colaboração estratégica entre organizações inseridas em parques tecnológicos e incubadoras. Elas tendem a trocar conhecimento, criar soluções em conjunto e até dividir o mesmo espaço - no caso dos coworkings.

A diretriz também pode ser integrada ao modelo de inovação aberta, em que organizações colaboram com fontes externas, como universidades ou outras empresas, para desenvolver novas tecnologias ou solucionar problemas.

7. Interesse pela comunidade

O último princípio estipula que as cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentável das comunidades onde estão inseridas, através de políticas aprovadas pelos membros. Prezam por investimentos em projetos que sejam economicamente viáveis, ambientalmente corretos e socialmente justos. Mais do que isso, evidencia o fato de que a cooperativa é a comunidade. A prosperidade da cooperativa está totalmente ligada ao desenvolvimento do local onde está inserida e por consequência, as das empresas dali.

Não é novidade que as empresas estão cada vez mais comprometidas com as práticas ESG (Environmental, Social and Governance; ou Ambiental, Social e Governança, em português). Esses pilares dizem respeito ao desempenho da empresa em relação à sustentabilidade, impacto social e ética na gestão.

Isso acontece porque a sociedade está cada vez mais criteriosa com as relações que estabelece, apoiando organizações com negócios de impacto, desenvolvimento sustentável, políticas de inclusão e engajamento em pautas sociais.

Nesse sentido, a discussão acerca dos negócios conscientes vem ganhando espaço, reforçando o papel das empresas em buscarem mais do que retorno financeiro, mas gerarem impacto positivo para a sociedade e o meio ambiente. Ou seja, o resultado de uma empresa que cultua os princípios do cooperativismo, não são apenas o número da última linha e, sim, a prosperidade da sua comunidade e colaboradores.

Cooperativismo em alta

Diante desse cenário, também é importante destacar que a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2025 o Ano Internacional das Cooperativas, reforçando a importância do efeito positivo gerado por este movimento.

E não é por acaso, já que alguns dos dados que reforçam isso são bastante atuais: uma pesquisa que investigou os impactos econômicos e sociais da presença de cooperativas de crédito em municípios brasileiros indica diversos efeitos positivos relacionados, principalmente relacionados à renda, emprego, empreendedorismo, educação e pobreza.

Como primeira cooperativa de crédito do Brasil, a atuação da Sicredi Pioneira está diretamente ligada aos 7 princípios cooperativistas. Para além disso, entendemos que é nosso papel fomentar cada um deles, já que está na nossa intenção estratégica ser uma cooperativa cada vez mais humana, consciente e relevante — o que se reflete em nossa ambição de evoluir continuamente como uma organização sustentável, educadora e próxima das pessoas.

Seja um associado

Somos a Sicredi Pioneira, a primeira instituição financeira cooperativa da América Latina e uma entre as mais de 100 cooperativas que compõem o Sistema Sicredi. Acreditamos que é possível lidar com o dinheiro de uma maneira diferente, trilhando um caminho coletivo para oferecer soluções inteligentes para a sua vida financeira. Aqui você encontra um portfólio completo, com mais de 300 produtos e serviços disponíveis para você, sua empresa ou agronegócio. Tudo isso, com o atendimento próximo e humano que é característica do Sicredi. Vem fazer parte!