17/07/2025

A União Faz a Vida: há 30 anos transformando a educação

Conheça a metodologia que impacta estudantes, professores e comunidades no Rio Grande do Sul e no Brasil

Em 1995, a partir de um projeto-piloto implantado em uma única cidade do Rio Grande do Sul, nascia uma iniciativa que impactaria comunidades nos quatro cantos do Brasil, promovendo um modelo transformador de educação. Trata-se do programa A União Faz a Vida, desenvolvido pela Fundação Sicredi e aplicado no contexto escolar.

Seu objetivo é desenvolver princípios de cooperação e cidadania nos estudantes, através da parceria junto aos professores. Neste conteúdo, que celebra os 30 anos do programa, você vai entender como ele funciona e conhecer algumas das comunidades da área de atuação da Sicredi Pioneira que são impactadas por ele. Boa leitura!

Educação que forma cidadãos cooperativos

Uma metodologia própria, que parte de um olhar sobre o currículo escolar, e pode ser aplicada em instituições com diferentes culturas e realidades. É assim que o programa A União Faz a Vida desenvolve princípios de cooperação e cidadania nos estudantes. Mas, afinal, o que entendemos por cooperação e cidadania?

  • A educação cooperativa age de forma a educar as crianças para que elas aprendam, no ambiente escolar, a desenvolver projetos e iniciativas capazes de transformar a sociedade e atender aos desejos e anseios das comunidades. Neste sentido, a cooperação só existe por meio de ações coordenadas entre grupos de pessoas que tenham um objetivo comum.
  • Todos nós temos direitos e deveres. Colocá-los em prática é o principal significado de cidadania. Uma sociedade democrática, na qual todos têm voz e há igualdade, equidade e respeito à diversidade, é o lugar onde a cidadania se manifesta.

Metodologia do programa

Para entender como os princípios de cooperação e cidadania são desenvolvidos na prática, precisamos entender a metodologia do programa. Baseada na pedagogia por projetos, ela busca levar, para as escolas, uma forma diferente de ensinar e aprender, estimulando cooperação, pensamento crítico e tomada de decisão, da seguinte forma:

  • O professor elabora uma pergunta exploratória, que pode considerar aspectos históricos, geográficos, ambientais ou relacionados ao currículo escolar.
  • A partir da pergunta, surgem os interesses de conhecimento, estimulando o desejo de aprender do aluno. Assim, é feita a escolha do território que será explorado.
  • Em seguida, parte-se para a expedição investigativa, em que alunos e educadores vão para a rua observar, experimentar e desenvolver um novo olhar sobre a comunidade, descobrindo possibilidades de intervir em seus territórios.
  • Na volta da expedição, os estudantes registram o que vivenciaram e definem, democraticamente, um projeto sobre o qual se debruçar.
  • Então, eles organizam os conhecimentos prévios sobre o que será estudado e as questões que deverão ser respondidas por meio de pesquisas. Com as respostas coletadas, eles tomam consciência do que foi aprendido e de como chegaram a esse conhecimento, seja através da comunidade de aprendizagem - interações com o bairro, comunidade, família e amigos - ou do próprio currículo escolar - com a articulação entre os temas trabalhados e os conhecimentos escolares.

A metodologia considera que tudo que os estudantes vivem, dentro e fora da escola, constrói o conhecimento. Ela possibilita uma nova maneira de ver o mundo e agir coletivamente. O resultado é a formação de um cidadão cooperativo.

Impacto nas comunidades

Para compreender a dimensão do impacto do programa no país, os números ajudam: a iniciativa alcançou mais de 5,3 milhões de estudantes, cerca de 780 municípios de 15 estados brasileiros, mais de 250 mil educadores e mais de 4.900 escolas.

Somente na área de atuação da Sicredi Pioneira, que contempla 21 municípios, são mais de 100 escolas participantes (conheça-as aqui) Em todos esses anos, alguns municípios se destacam por sua trajetória junto à iniciativa. Vamos conferir algumas delas?

Picada Café

Desde a sua emancipação, em 1992, o município enfatiza a relevância do investimento na educação. Esse aspecto oportunizou a adesão a projetos no campo educacional, dentre os quais A União Faz a Vida, implementado no ano de 2000. Desde então, Picada Café vivenciou todas as evoluções do programa. Um dos destaques é o projeto Caminhos e Trilhas, que nasceu em 2002, dentro da proposta do programa em uma escola municipal, e até hoje fomenta o turismo na cidade.

Além disso, desde 2017 o município conta com Assessoria Pedagógica, motivo pelo qual o programa se mantém vivo e está presente em todas as escolas da rede municipal, de forma que estudantes desde a educação infantil até os anos finais do ensino fundamental desenvolvem projetos significativos, resultando no protagonismo de crianças, estudantes e professores.

Os resultados do programa têm contribuído para o desenvolvimento do município, que apresentou o melhor Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (Idese) de 2020 entre os municípios da região e classificou-se em 2º lugar no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2021 na avaliação dos anos iniciais e em 1º lugar nos anos finais da rede municipal de ensino.

Dois Irmãos

O município participa do programa há 13 anos, sendo um dos primeiros em que a estratégia de adesão foi parcial, ou seja, em um universo de 12 instituições, somente quatro aderiram ao PUFV inicialmente, o que reforça um dos princípios do cooperativismo: a adesão voluntária e livre. Com autonomia para decidirem se gostariam de fazer parte do movimento ou não, atualmente, todas as escolas municipais de Dois Irmãos integram o programa A União Faz a Vida.

Uma das instituições que se destaca pela qualidade de suas práticas é a Escola Jardim da Alegria, onde todas as professoras trabalham com a metodologia do PUFV, em projetos que surgem a partir da escuta atenta às curiosidades de todos - desde os bebês até as crianças de 5 anos de idade.

Depois que concluem a educação infantil na Escola Jardim da Alegria, grande parte das crianças é matriculada na Escola Albano Hansen, instituição que também integra o PUFV e que foi premiada no Alfabetiza Tchê - programa do Rio Grande do Sul que busca alfabetizar todas as crianças da rede pública gaúcha. Ou seja, os estudantes que construíram sua base educacional na Jardim da Alegria, vivenciando o PUFV, são as que contribuíram para que a Albano Hansen fosse premiada por sua capacidade de alfabetização.

Portão

A fim de compartilhar com toda a comunidade a proposta metodológica do município e os projetos desenvolvidos nas 20 escolas que participam da iniciativa, Portão realiza, anualmente, a Mostra de Projetos do Programa A União Faz A Vida. O objetivo é fazer com que todos que prestigiam a apresentação vivam, guiados por estudantes e professores, a experiência de uma aprendizagem inovadora.

Após três edições, a cooperativa entendeu, junto ao município, que está na hora de dar um novo passo e unir outros dois programas a essa Mostra: Cooperativas Escolares e Jornada da Educação Financeira nas Escolas - que também estão presentes no município e, atuando em conjunto, fazem a diferença na comunidade.

Conheça outros projetos que merecem destaque

Para além dos municípios com longas jornadas de sucesso junto ao programa A União Faz a Vida, existem projetos que merecem destaque pelo impacto que causaram na comunidade escolar como um todo.

O projeto Brincar para emancipar na Escola de Educação Infantil, desenvolvido na escola Pinguinho de Gente, em Nova Petrópolis, partiu da seguinte pergunta exploratória: o que podemos aprender e desenvolver quando nos são proporcionados espaços brincantes na Escola de Educação Infantil?

Com a expedição investigativa realizada, as crianças construíram, junto às educadoras, interações e relações de acolhimento, confiança, progresso e desenvolvimento. A partir da emancipação dos movimentos dessas crianças, elas puderam se ver como seres capazes de produzir cultura e mostrar que possuem potencialidades e vontades que não devem ser subestimadas, mas sim respeitadas.

Já uma turma do 9º ano da escola Felipe Jacob Klein, no município de Vale Real, desenvolveu o projeto Distúrbios alimentares: a Influência da mente no bem-estar estar do corpo, a partir da seguinte pergunta exploratória: como os distúrbios alimentares afetam a saúde mental das pessoas? No decorrer do projeto, os alunos realizaram pesquisas, assistiram a palestras, criaram um podcast e promoveram uma conscientização.

Como resultado, a comunidade escolar compreendeu o contexto dos distúrbios alimentares no mundo, a importância de reconhecer os sintomas, a necessidade de ajuda profissional e a realidade da busca por padrões irreais de beleza. Enfim, a pesquisa desenvolvida reforçou a necessidade de um olhar atento e compassivo para os distúrbios alimentares, que demanda educação, conscientização e apoio adequado.

Quer conhecer mais projetos desenvolvidos no contexto do programa A Educação Faz a Vida? Acesse a Revista dos Programas de Educação Sicredi Pioneira e saiba mais sobre essa e outras iniciativas!

Saiba como ter a metodologia na sua escola

Se a sua instituição quer passar a trabalhar com a metodologia transformadora do programa A União Faz a Vida, basta entrar em contato com a Secretaria de Educação do seu município ou a mantenedora da sua escola para que eles entrem em contato conosco.

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